sábado, 8 de fevereiro de 2014

LIQUIDAÇÃO



A noite se liquefaziam.
Restavam  respingos de pássaros e poças  humanas.
Ao sol tórrido evaporavam
Deixando  manchas deformes.

Ao começar escorrer
olhou  as grandes câmaras frigoríficas fumegantes.
Maldita desigualdade.
Com o que restava do corpo estendido,
Fitou  as nuvens escuras que toldavam inutilmente o céu.

 Como choveremos?

E antes que se fossem as últimas gotas,
do olho esquerdo brotou um sereno chorume


insuficiente, contudo, para  adubar  a terra ressequida.