Brinco de esconde- esconde
Entre as minhas fantasias
Procuro-me, mas onde, onde
Nas salas vazias?
Fora não vale, grito
Em fingida irritação.
Mas corro para os quintais da vida,
Espaço enorme em becos e ladeirinhas,
Portas abertas e fechadas.
Acusado aí, no armário da infância,
Acusado aí, nos desvãos da juventude.
A resposta do silêncio não surpreende
Pois certamente sei
que não me escondo nas fantasias velhas.
Acusado aí, no portão da rua.
Então sou obrigado a sair vencido
Da fantasia de caminhar além do existir...