O vento leve
Infla-me mais que a camisa
E ao passar por mim,
A mim me leva.
Terreno baldio,
Mato rasteiro,
um pé de mamona vadio
(Que a seu tempo dará munição
aos bodoques, estilingues, atiradeiras,
de ignorados gregos, ingleses, portugueses,
nas mãos armadas dos meninos).
Céu azul,
temporada de quadrados, pipas, arraias, papagaios.
Que sobem com todos com seus nomes
No rumo das nuvens brancas.
(Fácil o entendimento
entre os moleques desta rua
vindos de tão sortidos lugares:
Soltar pipas...que é isto? Ah...papagaios de papel, é assim que se chamam, pois...)
Época de pião, soltar pião.
Época de bolinhas de vidro, bolinhas de gude.
(E, mistério imenso,
Tudo em perfeito sincronismo
Em todas as paragens da cidade inteira)
Num átimo
Retorno à caminhada
Coração oxigenado.
Como sempre
Passado e presente
Seguem juntos.
Belíssimo poema, muita sensibilidade, tocante!!! Foi o primeiro que li, através do caríssimo Pietro... Belo, tão belo, que levo teu vento poético para outras paragens! Abraços alados azuis.
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